Sou homem, negro, gay, psicólogo, mestre em psicologia clínica e outras coisas mais. Imprimir no meu trabalho a multiplicidade que me habita, para além de ser uma ética é também a forma que encontrei de lidar com o exercício profissional sempre como um processo de criação de novos modos de viver em coletividade. A escolha pela psicologia se deu muito pela possibilidade de me aventurar em várias áreas. Atuo na educação, na clínica, nas organizações, no audiovisual com palestras, consultorias em saúde mental e análise institucional. A convite da Aila, trabalhei como consultor de saúde mental na Netflix no período mais crítico da pandemia, desenvolvendo palestras, rodas de conversa, cartilha sobre autocuidado e bem-estar emocional e suporte aos profissionais de RH de produção.

Pensar o cuidado em saúde mental no tempo em que vivemos é uma das minhas missões, em especial o cuidado em saúde mental das pessoas negras e lgbtqia+. Fui um dos embaixadores do projeto Pode Falar da Unicef Brasil que oferece atendimento clínico emergencial gratuito para adolescentes e jovens. Atuei no projeto capacitando profissionais de todo país para o acolhimento de pacientes negros e negras. A escuta das diversidades como ferramenta para verdadeiramente incluir tem sido uma prática cotidiana nos diversos ambientes em que tenho a oportunidade de atuar. Falando em atuação, sou ator com registro profissional no sindicato de atores do Rio de Janeiro, cidade onde moro. Fiz teatro por longos anos em Nova Friburgo, minha cidade natal, e fui me afastando conforme as demandas da psicologia foram crescendo. Mas a chama da atuação segue acesa e compor o time da Azeitona me mobiliza em muitos lugares.